De repente é exatamente a exatidão das coisas que geram o desequilíbrio. É essa tentativa ridícula da recomposição no espaço concreto que faz a barca andar. A solidão de passos desorientados é o seu combustível. 40 delas procuram seus eixos, quatro disputam um mesmo lugar, duas pensam na probabilidade de se esbarrarem novamente e apenas uma conversa com a morte dentro do próprio umbigo.
1,2,3... Todos. Todos contam como foram engolidos pelo entre e gaguejam pela própria incapacidade de se fazer desentender. A saída não é mais almejada. A solidão sim, porque ela faz barulho. O barulho torna-se companhia. É absurda a capacidade do universo em tornar tudo cíclico. O processo de espiral prevalece entre nós, entre 40 delas que riem da instabilidade para disfarçar a dor da quase-queda. É compreensível a decisão do tombo. Para manter o equilíbrio é preciso suportar o instável. A queda torna-se alívio e a chegada veste-se de fim. O ciclo sempre continuará trazendo o vazio de um roda-roda sem crianças, girado pela força do vento. É apenas o barulho gerado pela ferrugem o responsável pela prova de sua existência.
''A queda torna-se alívio e a chegada veste-se de fim.''
ResponderExcluirQuanto mais eu giro mais sentido eu vou sentindo.
temos sentido demais
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