A Melancolia aparece como figura iconológica na medicina, filosofia, artes, literatura, e astrologia articulando história e poética, cada qual com suas diferenças.
Século XX
“Luto e Melancolia” Freud - 1917
A Psicanálise relativiza o diagnóstigo assim como a Melancolia ocila entre contrários e não possui validade universal. Na psicanálise o sintoma está no discurso não no conteúdo. Agora é desde sempre. Freud procura entender no texto as diferenças e semelhaças do luto com a melancolia.
O luto consiste em um trabalho de superação da perda de um objeto de amor, desejo. Depois de imensa atividade psiquica o sujeito pode deslocar a sua libido para outro objeto de amor, se desligar do objeto perdido. O luto não é natural, é um trabalho cujo sucesso não é garantigo. “O luto poe o mundo em movimento” Agamben.
O melancólico muitas vezes não sabe o que foi perdido. A melancolia é uma patologia do luto, um luto fracassado. O sujeito se indentifica com o objeto perdido e a perda caí dentro. Caráter de auto-acusação, lamentos, queixas sobre si próprio. Ao mesmo tempo que se identifica com o objeto, então o investimento libidinal também caí dentro produzindo uma regressão narcísica e uma cizão do eu. Amar o objeto que cai em si e odiar a parte que ama. Um duelo interno que às vezes, na tentativa de matar o objeto introjetado, mata a sí próprio.
“A sombra do objeto cai no ego” Freud
A melancolia se apresenta para Freud de forma enigmática e paradoxal. A posse de uma perda se traduz na tentativa de se apropriar do inapreensível. Tomar posse de um impedimento, de uma impossibilidade Realizar a fantasia, não o real. O melancólico contempla os próprio fantasmas e lida com o impossível como um fracasso.
Ambivalência. O obejto perdido é ao mesmo tempo:
PERDIDO x APROPRIADO
O melancólico se queixa, precisa se comunicar, se auto desnudar e também dissimular. Há uma dimensão auto-crítica na queixa do melancólico, no pensar sobre seu pensamento e ao produzir a fala.
Agamben pensa que a operação artística no viés da melancolia se apropria do inapreensível, torna a realidade impossível, perde a realidade no momento que dá forma a ela.
Ambivalências:
Aristóteles - atividade intelectual imaginativa intensa (exaltação do pensamento)
- torpor físico, imobilidade (abatimento do corpo)
Medieval - Acedia (inércia): Demônio do Meio Dia. O sol está maior, mas coberto por uma
sombra. Tensão de contrários: Sol Negro
Barroco - Saturno: demónio das antíteses: gere e engole seus filhos
- Pascal: "A grandeza do homem é grande naquilo em que ele se conhece
miserável"
Freud - ambivalência: amor e ódio. O amor pelo objeto perdido é imenso. partição em dois:
amar o objeto que cai em si e odiar a parte que o ama
(Resumo da matéria ATAT - Ângela Materno)
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