fragmentos do trabalho de João Castilho

quinta-feira, 14 de março de 2013

Bons diálogos para o INICIO


só existe espera.
ana espera na cadeira um pouco desconfortável. rory senta de pernas cruzadas no banco.
ana: posso te perguntar uma coisa? pq vc sentou de costas p mim?
rory: nao te conehço. calor, né?
posso te perguntar alguma coisa?
ana: vc nem me conhece... pode
rory: vc tá aqui ha muito tempo?
ana: o bastante... to indo tá


ana sai. victor senta


victor: lincença. vc acha que vai demorar muito?
rory: to aqui há bastante tempo.
victor: cheguei agora. vc viu?
rory: eu vi. vc nao vai virar pra lá? é que vc nem me conhece
victor: calculei o tempo errado
rory: vc tava pensando, né? te interrompi... que coisa. vou esperar outra hora... fiquei timida


rory sai. ana senta

ana: opa! tá ai ha muito tempo?
victor: porra
ana: saí pra comprar um cigarro
victor: to há ponto de explodir.... acabou minha paciencia....
ana: vc é muito engraçado..... tem uns tiques
victor: vc também deve ter... é só reparar
ana: ih, tá estressado. vc viu o menino? 

ana e vistor riem

ana: hahaha não ri não, que o pessoal fica chateado.

elisa entra

elisa: nao acredito q vcs tão rindo
ana: que isso... a gente tá chorando. eu disse que eles ficam chateados...

ana sai

rory: nossa esse pao de queijo tá borrachudo... não sei o que aconteceu.
victor: posso ver? ah é o último
rory: pode comer
victor: é, tá ruim.
rory: um amigo meu comprou 10.
victor: que dorga
rory: vc viu o menino que se empanturrou de pão de queijo?
victor: horrivel, né? mas acontece. qual sua religião?
rory: religião?
victor: é, vc tem religião?
rory: não
victor: opa. bom dia, hem.

----

rory brinca com os dedinhos no banco

ana: a senhora é incapacitada?
rory: não, por que?
ana: todo tem que deixar as barcas agora.
rory: ah, desculpa... 

rory guarda os dedinhos no bolso e sai. 

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

ines dorme. victor observa. rory abraça a mulher. analu pega sol na varanda. rory tenta escutar o cabelo de analu.
homem rouba a bolsa de ines e sai


ines: um homem robou minha bolsa!! soccorro!
rory. ninguem roubou sua bolsa! essa bolsa era do homem. eu vi ele empacotando
ines: tava aqui do meu lado. era minha.
rory: aquela era dele
ines: por que eu não posso ter uma bolsa?

victor entra correndo

Victor: ines! achei sua bolsa
ines: ai que susto! saiu um homem daqui agora. achei que ele tinha roubado minha bolsa
victor: achei no banheiro. tinah alguma coisa dentro?
ines: como assim? claro que tinha.  sempre tem coisa dentro da bolsa
victor: to perguntando se dentro da sua tinha.
ines: claro que tinha... aah, agora eu não quero andar com uma bolsa vazia

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Rory: To aqui pensando. De repente você é a pessoa que tem alguma coisa bonita pra me dizer.
Ele: Você deve estar me confundindo.
Rory: Não. Pode ser qualquer um. Não dá para acreditar 100% em horóscopos, né?
Ele: É, 100% não.
Rory: Então?
Ele: Que? você que me parou.
Rory: Mas você que tem alguma coisa para dizer.
Ele: E se eu eu não tiver?
Rory: E se eu disser que sou ninfomaníaca?
Ele. Não me importo. De verdade
Rory: E se eu disse que sou poeta?
Ele  Aí teremos um problema. Não gosto de poesia. Muito menos de metáfora.
Rory: Eu sei. Você passou e eu pensei: "Aquele homem não gosta de metáforas, se mesmo assim ele conseguir me dizer alguma coisa bonita, eu não preciso mais me matar"
Ele: E se eu não conseguir
Rory: Tudo bem, não precisa se cobrar tanto. É só um encontro não, é?
Ele: Não sei dizer.
Rory: Tchau
Ele: … tchau


----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

rory: achei a bolsa original
ines: oi
rory: a bolsa que foi roubada
ines: da menina que estava aqui, né?
rory: ah, achei que era você...
voce vomitou outro dia?
ines: não, foi a pequenininha

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


RORY : Você tem um isqueiro?
ARQUITETO : Sim. (Procura) Não consigo achar.
RORY : Posso acender com o seu cigarro
ARQUITETO :  É um questão de honra. Acabei de usar
(Rory tira o cigarro da mão do Arquiteto e acede o dela)
RORY : Estamos fazendo uma coisa ilegal?
ARQUITETO : Não. Aqui pode.
RORY : Faz toda a diferença
ARQUITETO : (desiste de procurar) Toda.
RORY : Será que essa porta no teto abre?
ARQUITETO : Você só quer fazer uma coisa ilegal, né?
RORY : É. Melhor não ficar comigo.
(Rory tira uma foto da porta)
ARQUITETO : Vou ficar
RORY : Não abre.
ARQUITETO : Agora que tem a barca nova, todo mundo tira foto da antiga.... bom dia para ir à faculdade.
RORY : Você estuda o que?
ARQUITETO : Arquitetura e você?
RORY : Não estudo, não. Quer fazer design de interiores?
ARQUITETO : Não sei. Gosto de urbanismo
RORY : O que você acha daqueles prédios?
ARQUITETO : Grandes.
RORY : Bem observado. Posso tirar uma foto sua?
ARQUITETO : Ok.
RORY : (olhando a foto na tela) Ficou ruim. Não sou muito boa nisso.

ARQUITETO : Você tá só passeado?
RORY : Gosto daqui
ARQUITETO : Do que?
RORY : Do entre
ARQUITETO : Faz isso sempre?
RORY : Sempre nessa hora. Nunca te vi
ARQUITETO : Eu to atrasado
RORY : Que bom!
ARQUITETO : Prazer, Victor
RORY : Prazer, Rory (o arquiteto ri). Minah mãe tinha senso de humor.
ARQUITETO : Acho que chegou
RORY : Ok
ARQUITETO : Vai ficar?
RORY : Aham

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


Inês - Opa, desculpa
Rory - De nada.
Inês - Machucou?
Rory - Médio. Eu gosto.
Inês - Entendi. Que pena. Eu tinha uma certa expectativa.
Rory - Não vem com esse papo pra cima de mim. (risos)
Inês - Não, é sério. Eu te vi e pensei: "ela é diferente".
Rory - De mim.
Inês - De mim.
Rory - Você é engraçada.
Inês - Eu sou bem sem graça na verdade
Rory - Pra mim você é engraçada.
Inês - Pra mim.
Rory - Pra mim.
Inês - Você mora aqui perto?
Ana - Tanto faz
Inês - Oi?
Rory - E você é?
Ana - Eu sou só isso aqui mesmo.
Rory (para A) - Acho que ela é Inês.
Inês - Ah, eu ouvi alguma coisa do tipo.
Rory (para A) - Você é daqui, então?
Ana - Defina daqui
Inês - Daqui é daqui. Daqui desse lugar. Daqui.
Ana - Gerada, concebida, nascida, crescida e envelhecida nesse metro quadrado daqui? Parece desesperador.
Rory (para Analu) - Eu acho que já te odeio.
Ana - Nossa
Inês - É, nossa!
Rory - Nossa o que?
Inês - Nossa o que o que? Só Nossa.
Rory -  Porque "nossa"? De onde vem isso? Nossa?
Ana - Nossa, de alguma coisa que pertence a nós. É como culpar toda a humanidade pelo erro de um.
Inês - Acho que é só Nossa. de Nossa Senhora.
Rory - Que senhora, gente? Que senhora é essa?
Ana - Inês! Será?
Inês - Ah, então você não é Inês?
Ana - Eu? Não.
Inês e Rory - Pena
Ana - É, que pena. Bom, desculpa...
Inês -  É, a gente tinha uma certa expectativa.
(acenam e saem, para lados opostos)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


(Analu conta os segundos de forma cronológica, apesar de se distrair às vezes. Victor esbarra na Fernandinha por baixo)
Inês - Ai! Como assim?!
(se olham)
Inês - Oi?! Tudo bem? Tudo bem? Tá?! (Dá um tapa na cara de Victor e sorri) Hein?!
(Victor deita no chão com as pernas suspensas e as mãos tapando o rosto: posição de cachorrinho. Analu para de contar por segundos)
Inês (para Analu) - Espera só um pouquinho? Aconteceu alguma coisa aqui com ele. Olha.
(Analu ri e continua contando. Fe faz cafuné na cabeça do Victor)
Inês (ronronando) - Ei! Psiu! Psiu!
(Victor dá um susto. Fe pula pra trás)
Inês - Ahh! Ará-rá-rá!
Analu (para Fernandinha) - Te pegou hein!
Victor (abraçando a fernandinha e rindo) - Tudo bem? Desculpa, a gente mal se conhece não é?!
Inês (esquiva) - Porque você chegou assim desse jeito por baixo?
Victor - Eu gosto de chegar assim inesperado (gira Fernandinha pro lado). Causa mais surpresa.
Inês - Ai.
(Victor vai em direção à Fernandinha)
Inês (se fazendo de vítima) Não...
(Analu e Victor gargalhando)
Victor- Você tá com medo?
Inês - É porquê tu chegou em mim...(confusa)
Victor - Ué, a gente mal se conhece.
(Fe e Victor num jogo de empurra e se aproxima)
Inês - Você vai... Você tá... Eu que tenho que. Eu que tinha que...
Victor: Qual seu nome?
Inês - Eu?
Analu- 22.
Inês - 22...
Victor- 22? (aponta para Fe)
Inês - Porque você tá apontando esse dedo pra mim assim? Porquê? O quê? (se aproxima da Analu) Olha pode me dar...
(Victor provoca Analu)
Inês (para Ana)- deculpa? A gente não se conhece...
Analu- Não.
Inês - Não.. Mas olha só, a gente está dividindo o mesmo espaço e ele (aponta para o Victor implicante) e essa pessoa chegou ali..
(Victor provoca Ana)
Ana (entre a contagem)- Ihh...
Inês - Viu? Vai sobrar pra ti.
(Ana encara Victor)
Victor (eufórico de diversão)- Ela tá te manipulando, você não tá percebendo?
(Ana imobiliza o Victor pelo cabelo)
Inês - Segura, segura...
Analu- Fala pra ela que você adora ela! Fala!
Victor- Eu adoro você!
Analu- ... Foi um prazer te encontrar na barca! Fala! Eu vim de barca nova!
Inês - Fala!
Victor- Eu vim de barca nova e foi um prazer te encontrar!
Inês - Agora ajoelha! Isso! fala! fala.
Victor- Foi um prazer te encontrar na barca nova.
(Analu volta a contar)
Inês - Que mais? hum? que mais?
Victor- Você fica ótima de listra. Você fica ótima de listra.
Inês (vaidosa)- Que mais?
Victor- Seus dentes são lindos. Seus dentes são lindos.
Inês (se aproxima do rosto do Victor e fala baixinho)- Fala!
Victor- Eu adoro seu sotaque. Eu adoro seu sotaque.
Analu (para a Fe)- Eu acho que já deu. O que você acha?
Inês - Não, não deu ainda.
Analu- Não?
(Fe balança a cabeça e o corpo do Victor em direção ao chão)
Inês - Olha só, o que você tem que falar, e tem que ter uma explicação muito boa, é porque que tu chegou assim por baixo, ali! E porque tu fechou o olhinho depois, e porque tu ficou naquela posição de cachorrinho, e depois me deu um abraço, e tu nem me conhece! (bica o Victor) Hein?!


Nenhum comentário:

Postar um comentário