fragmentos do trabalho de João Castilho

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Correspondência Nordeste

Ana - Por que toda vez que eu viajo em algum momento entro em desespero querendo voltar?
Eu - Acho que é natural, viajar mexe com a gente. Só não me diga que entrou nessa ontem à noite. Nós tivemos uma noite bem emocional por aqui e cogitamos voltar antes. Eta sintonia doida. Passada a crise, vamos seguindo...
Ana - Então não cai pra trás... Ontem minha ansiedade nem me deixou dormir. Quando acordei hoje tava com o coração apertadinho...

Eu - Te liguei. Tô no centro histórico agora. Te lanço uma pergunta: com quantos dados se faz uma ruína?
Ana - E eu pra te responder, te pergunto: com quantas tentativas de fulga se faz um giro? Beijos da Ana rodando e parando no mesmo lugar. Só que outro.
Eu - Quero girar até perder essa hiperconsciência disfarçada de sensibilidade. Beliscões, susto, balde d'água na cara... será preciso mais o que?
Ana - Será preciso a navalha! A da asa da borboleta... e aqui também estão extintas.
Eu - Tô indo pra Recife agora, procuro por lá...

Ana - Você passa de um cara imerso no trabalho para o trabalho estar perfurando você! Abre o olho com as ruínas! Elas encantam mas machucam... rs
Eu - ''A paixão vive pela repetição e a repetição converte em arte uma tendência. Cada vez que se ama é a única vez em que se tem amado.'' Não podemos ter na vida mais que uma grande experiência... o segredo qual seria? Vou pisando em pregos para não pisar em ovos. rs
Ana - Só para corrigir uma coisinha: não podemos ter na vida MENOS que uma grande experiência. Vou pisando em conchas para não queimar o pé.

Pensei andando ..



    Paro para pensar sobre essa relação,mais cíclica até do que intensa, com  a VERDADE e o PRESENTE.  Respectivamente a primeira  é o que existe e que, por  tanto, como todo o existir está subitamente fadado a ser o eterno dependente do PRESENTE. Não foi a toa que nosso amigo Descartes conjugou a sua famosa e eterna conclusão no tal verbo. Penso logo existo. A verdade não é nada mais nada menos do que se deixar estar-se no presente. Um exemplo de tal afirmação são os atores  que pensam muito para se quem está  na plateia e acabam por racionalizar movimentos transformando o teatro em uma eterna mentirinha bem contada.Utiliza-se bem da arte quem  permite-se  cometer suicídios em prol do que precisa ser dito , arrancando-se de qualquer  convenção futura , deixando de existir para dar lugar ao grito de cem ,duzentas,mil poesias  de  todos os cantos sensitivos da mente humana. A mentira não cabe no presente, pois, o tempo de pensamento é curto demais  dentro dele. Uma boa escrita sempre parece que não é sua para o escritor.

peça em espiral

                            


Fatos e situações que por coincidência ou não, se repetem num mesmo espaço: a barca. A peça acontece na medida em que Inês, Rory, Ana e ele, começam a encontrar sentido próprio nos encontros circunstanciais e na percepção do outro. O processo de espiral acontece nas personagens obsessivas por sentido, ao entrar no próprio umbigo de certezas, e na dramaturgia que como uma bola de neve, acumula até explodir. O jogo é somar os fatos, transbordar os sentidos e nunca (ou quase nunca) sair do superficial.

dramaturgia:  matemática - calculista - excessiva

O sorriso de Rory



ensaio 7 - 12.12.12


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Um beijo pro Léo!

- Moço , você tem isqueiro ?
- Tem do pequeno.
- Serve.
- Qual cor?
- Pode ser o preto.
- Você não é aquela menina da novela?
- Não.
- Tem certeza? Você é igualzinha a ela
- Se eu tenho certeza?
- Você tira uma foto comigo?
- Olha, você pode me dar o isqueiro e eu vou pra casa pensar se eu sou a menina da novela mesmo.
- Então tá. Aqui.
- Obrigada.
- Tchau. E mande um beijo pro Léo Jaime!

10/01/2013

E quando não tem Sol, nem ponteiro nem companhia... É aí que o Tempo Senhor da Razão se mostra de verdade.Eu agora sem escudos, com silêncios. Pastos imoveis e automóveis que fazem tremer o tímpano. Te fazem pensar que está com pressa... É engraçado, Senhor Tempo, não é você... São eles. Uma placa, verde, com muitas setas, formigueiros de barro nos campos, asfalto liso que leva nada a lugar nenhum. A estrada é só minha e ninguém vem pedir nada. Só sabe disso quem parou, quem passa nem vê. Não sabem do ponto de onibus, do chão de cimento quebrado, das folhas molhadas de um encarte de supermercado. Outro carro passa sem pedir, quase me leva com seu barulho, seu vento, sua violência. Me oferecem carona, prefiro ficar. Tempo, eterno. Garoa cai fina "núvem de poeira d'água", eu, no meio e a reta segue e eu fico... Querendo ir... Se eu fosse mais leve assim como uma... Quem sabe já não estaria... Pensamentos sem pé nem cabeça, a estrada molhada, os pés molhados, gelados, a lembrança de passar rindo por uma poça até os joelhos... 1h15 chega chega chegaaaa láláláiaa... Quanto tempo dura um minuto? São 75 desses, por favor... Ponte sobre o córrego da mata / juiz de fora / bocaina de minas / liberdade / merda, não aguento mais ler a mesma coisa. setas setas setas... mal sabem eles que não vão pra lugar nenhum, encontrar a rainha de nenhum lugar e brigar com o monstro de... Askaban hahahaha Askaban é um bom nome... Formiguinha passeando na calçada, caminhões galopando na estrada, tralálá... não tenho mais pressa... trolóló.... poderia ficar aqui a vida inteira se tivesse mais iogurte com granola. O mesmo caminhão volta, será que está perdido? Vou lá ajudar... Ele vem em alta velocidade, ouvindo uma música alta e conversando com a criança que está do lado, eu corro para pará-lo, bem na frente dele, com a mão espalmada e digo PARIÍ!!! ATÉ QUANDO VOCÊ QUER MANDAR E MUDAR... Ih acho que errei a letra ele continua, nem me vê... E eu nem morri.... Que esquisito... Bom continuando, era azul com detalhes vermelhos, um pano com franjas vermelhas um nome em vermelho enorme no alto do vidro e na parte de baixo um retrato de um homem de cabelos castanhos e longos, barbas por fazer, blusa larga vermelha coroa de cipó trançada... Deve ser um hippie... Legal... Deve cantar reggae... Legal... Já deve ter morrido... Queria que o celular funcionasse p ter certeza dos minutos que passam. Mas na verdade gosto dessa sensação de ... sei lá me lembra Gil O melhor lugar do muuuuuuuuundo é aquiiiiiiiiiiiiiiiiiii e agooooooooraaaaaaaaaaaaaaaaaaaa............ o melhooooooor lugaaaarrrrr do muuunnnndooo é aquiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii e agooooooooooooooraaaaaaaa..... to cantando muito meu Deus, obrigada por essa voz abençoaaada!!! Valeu fonte novaaa!!!! hahahahah Saí tem pouco tempo e já sinto uma saudade, como se eu não tivesse que ter vindo... Esse tal de "Temirokhronos"... hahaha Ele te pegou, heim? As unhas cinzas dos pés podres, a pele roxa, arranhões que ardem um cadinho, que que você queria, meu bem? hahaha ta tuuudo .... aquelas borboletas... as do estomago..... da garganta... dançam agora nos meus olhos.... suaves, molhadas... Estão sempre por aí.... OOOOIII!! MEU QUERIDO!!! ENTÃO, NÃO DISSE QUE VOLTAVA HOJE?? AAAH!!! FALEI TÁ DITO, MEU BEM!!! SINTO MUITO PELO ATRASO, ESPEREI O ONIUS PRA IUUUUUGUSLÁVIA E NÃO EXISTE, NÉ? HAHAHA DEPOIS QUE ME TOQUEI AÍ MUDEI DE CAMINHO...  É a gente vive inventando história pra não magoar os outros, aí se magoa... Sabe como é né? Tanto faz. Tem mais de uma hora? Ah, tá...
Alongamento - ok
Limpar a unha - ok
reorganizar coisinhas dos bolsinhos da mochila - ok
comer - ok
rir e essas coisas - ok
cantar estilo elza - ok
limpar a unha agressivamente - ok
torcer as meias molhadas - ok
recolocar brincos - ok
todo silêncio que pode se aguentar sozinha - ok
ler os recadinhos do "teto" do ponto de onibus - ok
desistir de ler - ok
reorganizar todos os setores da vida - ok mais ou menos, nunca acaba, tá meio mal feito...
E essa mochila que continua sem falar!! Chata!!! Da próxima vez convido um amigo!! Porra, tenho que ficar conversando só comigo, às vezes me sinto meio doida... isso não é legal... E se alguém vê?

sábado, 19 de janeiro de 2013

para de drama

a garganta que fecha
o aperto no peito

... as borboletas que pararam no ar


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

tentativa de travar um diálogo... só que não.

A- da onde você é?
B- de friburgo.
A- pô, você conhece a daya?
B- conheço, cara!
A- uma bonitinha, que namora o lucas.
B- lucas? um meio gordinho?
A- pô, ele era... agora tá magro.
B- a daya é uma loira, cabelo comprido?
A- pô, não.
B- é, não é a mesma.
A- é, não.

diálogos recém encontrados


1 oi
2 ah
1tudo bem
2 vocé parece bem
1 é o que dizem
2 a gente nunca mais se viu depois.. que…
1 é
2  você parece bem
1 você entende muito de aparência… desculpa. a gente nem se conhece direito
2 fui eu?
1 o que?
2 fui eu? eu fiz vc sair de lá?
1 não eu to bem. to melhor. disseram que eu podia ir
2 ah
1 você não acredita, né?
2 não, não é isso não
1 eu tenho que ir
2 claro
1 fica bem
2 eu to bem
1 é isso. continua com isso, então
...
3 uma mulher se matou aqui hoje mais cedo
4 credo saravá 




duas pessoas sentadas no ponto de ônibus, uma do lado da outra, não se encontram
a- (lê um livro em voz alta)
b- ainda tem esperança? gravata. repartição. 415. revolucionários. trocado. eu tenho que esperar. na repartição. ainda tem esperança?

Posso te contar uma história?





segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Você quer dizer alguma coisa?

Você quer dizer alguma coisa?

Surge o verbo quase afogado no meio da piscina de longos minutos de lágrimas, amargas, com a cara do sofrimento, amparadas pela mão direita.

Você quer dizer alguma coisa?

Surge a impossibilidade de ver o que não se conhece, o que a estatística não mede, a ciência não comprova, a religião não explica, o direito não normatiza, a biologia não detecta.

Você quer dizer alguma coisa?
Não. Só falarei quando todos estiverem reunidos.
Não. Só falarei quando o advogado das causas impossíveis estiver presente.
Não. Só falarei quando as mães da Praça de Maio pararem de rodar.
Não. Só falarei quando as crianças da Candelária forem vistas correndo por aqui.
Não. Só falarei quando, quando, quando, quand, quan, qua, qu, q, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

Parece que foi suicídio, ele tava muito depressivo nos últimos tempos.

o negócio


Victor – Um ponto cinza, dentro de um buraco branco, no canto da copa. O buraco, o buraco branco é causado provavelmente por  infiltração, e o buraco cinza tá bem centralizado dentro desse buraco branco, minto, o buraco causado pela infiltração é cinza e deixou de ser branco porque o gesso caiu, então e o gesso cai o que fica é o reboco que é cinza. Então: o buraco branco dentro de um buraco cinza causado por infiltração no canto da copa. (Entra Fe em direção ao canto da copa, Victor observa.) Um buraco branco, minto, cinza, causado pela distância entre o buraco branco e o canto da copa (Ana assume o canto da copa). O buraco cinza encosta no canto da copa (Fe encosta em Ana).
Ana – Oi?
Victor – O canto da copa fala.
(Fe tenta se explicar)
Ana – Tá. Mas não dá, tá?
Fe – Não, porquê..
Ana – Esse tipo de brincadeira não dá.
Fe – Não é brincadeira.
Ana – Brincadeira destrutiva em espaço público não dá.
Victor – O canto da copa se irrita com a destruição do ponto cinza.
Fe – Eu tava calculando o espaço que eu deveria, para alcançar...
Victor – O ponto cinza tenta conciliação.
Ana – Mas então, já deu.
Victor – O canto da copa se mantém firme.
Fe – Porquê? (Fe continua falando tentando se explicar, engolida pela Ana e Victor)
Ana – Não. Só isso. Tudo bem, cara, não fica estressada. Só não dá pra quebrar a parada.
Victor – Conflito entre canto da copa e ponto cinza.
Fe (confusa ou dissimulada) - ... tu viu onde?... é...
Ana – Eu vi o que?
Fe – Tu viu o que eu ia estragar? Eu não ia estragar.
Ana – Clara que ia cara, o negócio é super delicado, super fino...
Fe (exaltada) – Tudo bem!
Ana (exaltada) – Tudo bem o que?
(Elisa entra e pula nas costas da Fe que grita)
Victor – ponto cinza é surpreendentemente atingido por maça.
Ana – Oi flor.
Victor – Maça abraça canto da copa.
Ana (pra Elisa) – Ainda bem que você chegou. Tava tenso o ambiente.
Fe (exaltada) – Ah, tava tenso o ambiente!
Victor (sendo beijado pela Elisa) – Maça do amor.
Fe (pra Ana) – Não dá pra tocar nas coisas aqui, é isso?
Ana – Dá pra tocar, o que acontece: você tá puxando aqui...
Fe – Eu sei o que acontece...
Ana – Fui eu que botei o negócio que tá ali. Esses canos todos aí, eu ajudei a botar.
Fe – Que canos? Nada a ver!
Victor – Canto da copa e ponto cinza partem para a mão.
(Fe e Ana continuam discutindo mais próximas)
Victor – Fixa de gaza entre canto da copa e ponto cinza.
Ana (pro Victor) – Fixa de gaza não. Calma aí cara.
Victor – Canto da copa se interpõe a descrição.
Ana (pro Victor) – Cara olha só, eu to muito tranquila, eu to tipo rindo.
Fe – Tá tranquila porquê tu fica estressando os outros, sabe que isso é péssimo né?
Victor – Maça do amor.
Ana – Vamos fazer o seguinte, eu vou ficar aqui na janelinha...
Victor – Maça do amor.
Ana - ...você quebra essa merda, e depois não vem falar nada comigo não.
Victor – Maça do amor.
Elisa – Nossa que baixo astral, gente.
Fe (exaltada) – Claro, porquê é uma coisa que eu tava fazendo e tu vem aqui e interfere. Tudo bem, a gente vai ficar horas discutindo uma coisa que não tem nada a ver.
Ana – Não vai ficar horas discutindo, se você parasse pra ouvir. Eu vi que você realmente ia quebrar o negócio e não tinha necessidade...
Fe -  Mas da onde eu ia quebrar?
(Ana ri)
Fe - ...eu não tava puxando. Ela só ri.
Ana – Você tá ai falando no meu ouvido, uma coisa que eu só fiz uma crítica básica.
Fe – Tu nem esbarrou em mim, pra começar.
Ana – Você não consegue nem perceber isso que eu fiz..
Fe – Ah! Odeio isso.
(Elisa e Victor assistem como plateia. Fim.)

Maça do amor



 ( Sistema esbarrão 4:
- A entra observa o espaço e começa a materializar o detalhe descrito no blog de alguma forma.
- B entra e cria uma trajetória no espaço que repete seguidas vezes.
- A começa a pensar na relação do detalhe descrito com o que acontece na cena, em qualquer medida.
- C entra, observa a trajetória e cria um impedimento, esbarra em B (A para de descrever/ narrar) - diálogo superficial entre B e C.
- D entra, cumprimenta todos.
- B finaliza a cena com um acerto de contas fora do tempo em resposta ao esbarrão de C. Termina com uma reviravolta. )

- Descrição Victor - todo seu desenvolvimento e relação com a cena
- Analu séria e autoritária.
- Fe ofendida ("Ah, tava tenso o ambiente!")
- Atrito Fe e Ana.
- Cumprimento e chegada da Elisa (pulo nos costas da Fe/ maça do amor)
- Interscções entre discução e descrição (faixa de gaza)
- Imagem final: Victor e Elisa assistindo a cena.

Mecanismos do giro



- esse é principalmente pra Fe, e um pouco pra Ana. Foi gravado no segundo dia de ensaio, muito primário e genuíno. É ótimo perceber o corpo de vocês começando a escolher um caminho de exposição.
- um manual de instruções pro seu corpo Fe.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Parece que tanto faz mas não

A - Domingo que vem é dia de São Sebastião.
B- Você viu que não vai mais ter.
C- Eu vi agora.
A- Quando não é a prefeitura é a chuva.
C- Nossa ontem chegou um bonde super estranho lá.
A- Sempre tem um bonde estranho lá.
C- Não. Estou falando de um bonde conhecido.
A- Não ta fácil pra ninguém.
B- Vamos fazer poesia?
A- Vamos. Qual o tema?
B- Sem tema. Pode ser com cheiro ou com uma cor.
A- (vira os olhinhos). Com tema. (procura um livro na estante, abre "Orlando", lê) - Chão.

Num dia quente

Hoje ela morreu

Uma mulher grande acorda as 7h da manha, molhada de suor, o sol entrando entre as venezianas do quarto. Prepara seu café da manha sozinha, ensaia os últimos passos da dança que vai ensinar logo mais para seus alunos da terceira idade, prende os cabelos, alimenta os gatos e sai apressada e suada para pegar a barca.

Hoje em 1983

Pequena, com frio, da seu primeiro sorriso. Talvez por achar graça na sensação de arrepio, protegida nos bracos e abraços quentes. Por nao saber o que fazer com essa manifestação desconhecida, dorme ainda com o riso na boca vermelha pequena e carnuda.

Hoje em 1990

Aprende a rezar enquanto é esquecida numa brincadeira de esconde-esconde, passando horas atras do pneu de um carro.

Hoje no mês que vem

Receberia sua primeira carta. Curta, só a letra do refrão de uma musica feita pra ela. Isso se ela não tivesse caído da barca ou se arremessado borboleta.

Hoje em 2000

Faltou o trabalho sem motivo e ao virar as costas, decidida, mudando o caminho, encontrou um grande homem que hoje lembrou do seu sonho e naquele momento tirou os olhos do chão.

Hoje nos anos seguintes

Sentiu dores. Dividiu noites. Dormiu todas e sonhou de manha. Teve dividas e dinheiro espalhados pelos bolsos e outro amor alem do grande homem.

Hoje no ano que vem

Essa mulher mudaria. Isso se hoje ela não tivesse caído da barca ou se arremessado borboleta.

Semana que vem do proximo ano

Esses dois homens pegariam o mesmo trem. Isso se hoje ela não tivesse... Adiantando o encontro dos dois para daqui a pouco.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Tá bom, eu fecho a porta!



- Diálogo da mulher no metrô, Fe e Victor
- Elisa angustiada, acelerando o tempo das coisas
- Ana, Fe e Victor, ótimos suportes de cena para a Elisa
- Relação de apoios dos corpos, Elisa e Fe
- Quedas da Elisa no chão, impulsionadas pela Fe
- Fofoquinha que se transforma em narração/ descrição complementar, Ana e Victor - 2 narradores
- Imagem: triângulo equilátero Ana, Victor e Fe. Elisa em baixo, séria e descabelada
- Risada da Fe - tentativa de se incluir na conversinha
- Exclusão da Elisa. Opressão da Ana, Victor e Fe.
- Relação de apoios que se repete, Elisa e Fe - irmãs siamesas

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Só de azul.


Não. Definitivamente não vale o que imaginamos e nem sorrir desse jeito pra cobrir o silêncio que sempre fica. É sempre assim: O azul se espalha pela sala impossibilitando a busca por distrações em outras cores. Eu e o azul. Se ao menos houvesse vitrais nessa janela os olhares poderiam se desviar de vez em quando e daria tempo para disfarçar a ansiedade de se suprir algo de que já não lembro mais  se existe. Aí os pés se movem numa ansiedade verdadeiramente planejada para disfarçar a espontaneidade falsa. Ainda existe muito azul para pouco eu. Dou uma espiada. Espiadela de nada. Juro. Um, dois, três pares de olhos que se multiplicam quando olhados dessa posição. O corpo reage com um sorriso tímido que começa bem pequenino e logo se espalha pelo rosto inteiro engolindo algumas das muitas sardas. Tenho a impressão de que as palavras que menos queremos demonstrar são as que sempre ficam extremamente estampadas. Talvez tudo isso seja culpa do azul e por isso que vou começar a contar por ele. Não vale porque não é concreto, entendem? Temos que ser concretos porque se não vira bagunça com facilidade.  Eu tenho que contar né? É que todo mundo chegou aqui e contou. Eu vou contar as tomadas, depois os tacos do chão. Aí eu vou contar os livros. Depois os canos… depois eu conto os dedos e as sacolas plásticas...não....do início porque tem a história das persianas e da rinite... Também tem um caso curioso... como era mesmo? Havia algo parecido com barcas e sangue...não...Acho que sonhei.... ou foi uma piada. Os pés voltam a bater com força. A perna aberta e empapada reforça ainda mais o que eu não queria dizer. Se mais alguém aparecesse eu iria me jogar  e dizer:
      - Agora tá com você!
Não dá. Afinal, sou uma mulher e se um corpo for encontrado....assim..não...eee...ah,não sei explicar. Deixa pra lá. Acho melhor não. 

Vale só o que você está vendo, ou o que está imaginando também?

  obra: William Kentridge

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Gestual de apontamentos

experimentem assistir os vídeos sem som, e observem o corpo espontâneo de vocês.

sistema esbarrão 3C


sistema esbarrão 3C from Bernardo Lorga on Vimeo.


- Pés da Elisa betando no chão.
- Elisa sentada no fundo com as pernas abertas, assistindo a cena, entendiada, empapada.
- texto "Eu vou contar..." + ação de contar posterior ao anúncio, em segundo plano, simultânea à um diálogo. Gestual de apontamentos.
- Elisa dissimula uma espontaneidade somada a uma ansiedade real.
- "... mas eu não vou contar com os que eu imagino. Eu não vou contar com... Heín, hein... eu não vou contar com os que eu imagino, não. Porquê não é muito concreto. "
- implicância gratuita do victor com a ana, e vice-versa.
- Ana "Eu posso te machucar. eu não queria te machucar." - ameaça.
- "Desculpa, eu to tirando minha roupa e a gente nem se conhece."
- "(risos) Ah, você é muito simpática sabia? A gente mal se conhece..."
- Analu irritante e autoritária.

vou desabar, água.......vou

a falta de coragem, o medo, a angústia de ter que pertencer ao lugar que você acha que deve pertencer... A gente só entende que tá se deixando pra trás quando anda, mesmo... Eu quero andar.... Me ver lá atrás, correndo ofegante e cansada pro lado errado... Pra saber que to aqui.... E que vou me ver aqui quando estiver lá.... Eu só entendo agora o papo das borboletas, da liberdade... Tudo que liberta tb aprisiona, não é? E lá está você que só consegue enxergar borboletas no céu de concreto... Leve Leve Leve as coisas mudam, os nomes ficam, as palavras correm, o tempo fica... A água passa e a gente fica.

sábado, 5 de janeiro de 2013

VAI DESABAR ÁGUA

Sim, e todo amor vale a pena. Toda angústia da ausência, toda falta de comunicação, todo trote de sábado à noite mal passado, toda suspensão do momento presente. Sim, é fala de um homem apaixonado. Sim, é um desaguar de fala, vida e pulsão. Sim, sou eu aqui. Sim, 56 anos de casados homenageados com uma torta de maracujá com nozes e fios de ovos. ''Se as chatices acabarem, poderemos fazer mais 56. Eu quero ver são as chatices acabarem.'' Saiu, já era. Sentimento de não-pertencimento. AdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdictoAdicto Até quando você vai levando? Morno não. Nem alegre nem triste? Morna não, mãe. ô mãe, a vida é uma só. Arrisca. Surpreende. HÁ UMA LUA CRESCENTE NO CÉU DO FLAMENGO.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

sistema esbarrão 3B



sistema esbarrão 3B from Bernardo Lorga on Vimeo.

- "Vale só o que você está vendo, ou o que está imaginando também?
- Corpos da Fe e do Victor pós esbarrão.
- Inserções da Ana no diálogo Fe/Victor (Um lugar que você já vem descobrindo em Ucrânia que é ótimo de trazer de vez em quando).
- Victor seduzindo o jogo a seu favor o tempo todo, com uma certa canastrice e um sentimento de protagonismo infantil (maravilhoso!). À vontade.
- Ótimo acerto de contas fora do tempo da Fe. Uma reviravolta: no início meio confusa e assustada com o jogo do Victor, depois estratégica e maliciosa.
- Relação de intimidade entre Victor e Ana.
- Ana bruta, segura, ganhando vantagem do Victor na força física.
- Supremacia das mulheres.
- Ana retomar a barca como violência (um assunto fantasma que paira como a figura do Victor).
- Fe vaidosa.

Para Clarice:


“A literatura é desvio fora dos caminhos do logos habitual: é fuga do mundo do discurso. Com essa, escreve Bataille, se entra numa espécie de tumba onde o infinito do possível nasce ‘da morte do mundo lógico’: um espaço terrível, o único em que é possível ligar ‘intimamente a afirmação à negação’. É assim que essa cumpre ‘aquilo que geralmente é obra do “tempo” – o qual, de todas as suas construções deixa subsistir apenas os rastros da morte. Acredito que o segredo da literatura seja este. E que um livro se torna maravilhoso se habilmente ornado pela indiferença das ruínas.’ [...] Portanto, a literatura é uma saída do princípio de não contradição que domina o pensamento lógico; é a afirmação de uma contradição nos confins onde podemos colher, talvez como em toda autêntica contradição, o impensado da vida, quando esta se encontra com a morte. A arte, a literatura como a pintura, debruçam-se constantemente sobre aquilo que é invisível ao pensamento lógico, ou seja, a paixão, que Esquilo dizia ser o verdadeiro saber do mundo: o sofrimento, a alegria, o terror, o tédio e, de fato, no fundo de tudo, justamente como intuiu Bataille, as máscaras da morte.”
(RELLA, Franco – Di fronte all’indicibile)

ps: Presente do Vini, namorado da Mira.

posição de cachorrinho


(Analu conta os segundos de forma cronológica, apesar de se distrair às vezes. Victor esbarra na Fernandinha por baixo)
Fe- Ai! Como assim?!
(se olham)
Fe- Oi?! Tudo bem? Tudo bem? Tá?! (Dá um tapa na cara de Victor e sorri) Hein?!
(Victor deita no chão com as pernas suspensas e as mãos tapando o rosto: posição de cachorrinho. Analu para de contar por segundos)
Fe (para Analu) - Espera só um pouquinho? Aconteceu alguma coisa aqui com ele. Olha.
(Analu ri e continua contando. Fe faz cafuné na cabeça do Victor)
Fe (ronronando) - Ei! Psiu! Psiu!
(Victor dá um susto. Fe pula pra trás)
Fe - Ahh! Ará-rá-rá!
Analu (para Fernandinha) - Te pegou hein!
Victor (abraçando a fernandinha e rindo) - Tudo bem? Desculpa, a gente mal se conhece não é?!
Fe (esquiva) - Porque você chegou assim desse jeito por baixo?
Victor - Eu gosto de chegar assim inesperado (gira Fernandinha pro lado). Causa mais surpresa.
Fe - Ai.
(Victor vai em direção à Fernandinha)
Fe (se fazendo de vítima) Não...
(Analu e Victor gargalhando)
Victor- Você tá com medo?
Fe- É porquê tu chegou em mim...(confusa)
Victor - Ué, a gente mal se conhece.
(Fe e Victor num jogo de empurra e se aproxima)
Fe- Você vai... Você tá... Eu que tenho que. Eu que tinha que...
Victor: Qual seu nome?
Fe- Eu?
Analu- 22.
Fe- 22...
Victor- 22? (aponta para Fe)
Fe- Porque você tá apontando esse dedo pra mim assim? Porquê? O quê? (se aproxima da Analu) Olha pode me dar...
(Victor provoca Analu)
Fe (para Ana)- deculpa? A gente não se conhece...
Analu- Não.
Fe - Não.. Mas olha só, a gente está dividindo o mesmo espaço e ele (aponta para o Victor implicante) e essa pessoa chegou ali..
(Victor provoca Ana)
Ana (entre a contagem)- Ihh...
Fe- Viu? Vai sobrar pra ti.
(Ana encara Victor)
Victor (eufórico de diversão)- Ela tá te manipulando, você não tá percebendo?
(Ana imobiliza o Victor pelo cabelo)
Fe- Segura, segura...
Analu- Fala pra ela que você adora ela! Fala!
Victor- Eu adoro você!
Analu- ... Foi um prazer te encontrar na barca! Fala! Eu vim de barca nova!
Fe- Fala!
Victor- Eu vim de barca nova e foi um prazer te encontrar!
Fe- Agora ajoelha! Isso! fala! fala.
Victor- Foi um prazer te encontrar na barca nova.
(Analu volta a contar)
Fe- Que mais? hum? que mais?
Victor- Você fica ótima de listra. Você fica ótima de listra.
Fe (vaidosa)- Que mais?
Victor- Seus dentes são lindos. Seus dentes são lindos.
Fe (se aproxima do rosto do Victor e fala baixinho)- Fala!
Victor- Eu adoro seu sotaque. Eu adoro seu sotaque.
Analu (para a Fe)- Eu acho que já deu. O que você acha?
Fe- Não, não deu ainda.
Analu- Não?
(Fe balança a cabeça e o corpo do Victor em direção ao chão)
Fe- Olha só, o que você tem que falar, e tem que ter uma explicação muito boa, é porque que tu chegou assim por baixo, ali! E porque tu fechou o olhinho depois, e porque tu ficou naquela posição de cachorrinho, e depois me deu um abraço, e tu nem me conhece! (bica o Victor) Hein?!



quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Borboleta


Baile

Um homem sentado na janela lê Dorian Gray na posição de índio, equilibrando-se.
Um homem sentado na janela lê Dorian Gray na posição de índio para diminuir a ansiedade, equilibrando-se.
Um homem sentado na janela lê Dorian Gray na posição de índio para amenizar a saudade, equilibrando-se.
Um homem sentado na janela lê Dorian Gray na posição de índio e relê a dedicatória para abastecer-se, equilibrando-se.
Um homem sentado na janela lê Dorian Gray na posição de índio, quando é tomado de súbito por uma dança nervosa e harmônica de dois beija-flores, equilibrando-se.
Um homem sentado na janela lê Dorian Gray na posição de índio, quando uma mulher adentra o cômodo, equilibrando-se.
Um homem sentado na janela lê Dorian Gray na posição de índio e quase cai.

Senhora H

Senhora H nasceu no início do século passado, cresceu, foi trabalhar na telinha, entrevistou muitas pessoas, fez muitas propagandas, distribuiu cerca de 2 milhões de selinhos em seus convidados, envelheceu e morreu de parada cardíaca.

sistema esbarrão 3A





- A entra e observa o espaço. Assim que B entra, A começa a narrar a cena - descrição como principal ferramenta.
- B entra e cria uma trajetória no espaço que repete seguidas vezes.
- C entra, observa a trajetória (nesse momento existem três camadas de observação da cena: o espectador, A e C)
- C cria um impedimento na trajetória, esbarra em B (A para de narrar) - diálogo superficial
- B finaliza a cena com um acerto de contas fora do tempo, com C em resposta ao esbarrão. )

- Fernandinha diálogo com as tomadas - texto
- Elisa explosiva.
- Analu agressiva no esbarrão, e despojada nos diálogos.
- Esbarrão Analu e Elisa seguido do diálogo "Desculpa, não tinha te visto. Ué, cadê? Que situação engraçada!".
- "Machucou, beija!" (manipuladora), Fernandinha beija a mão da Elisa de língua.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Inês segue uma pessoa da rua.


Oi, você tem um minuto? Por favor, não me entenda mal, a gente nem se conhece, mas eu precisava falar algumas coisas que eu comecei a pensar nos últimos minutos. Talvez eu já venha pensando há algum tempo, mas como a gente só se conheceu agora, acho que posso começar a formular ou talvez eu só vá dando vazão ao que eu preciso dizer de forma que você tente arquitetar as minhas ideias como suas e de alguma forma crie uma linha que não necessariamente tenha sentido, mas que siga alguma direção ou simplesmente nos ponha em outro lugar. Escuta, fracassei na minha maior pretensão: a sua satisfação. "Sua" nesse caso é uma terceira pessoa que pode, ou não, estar aqui. Já não duvidei o suficiente da minha maturidade e da minha capacidade de lidar com as expectativas de uma vida feliz. Afinal, liberdade é prazer? Quero viver sem pensar que estou vivendo, sem metalinguagem, sem dissimular risos, não quero falar sobre o vácuo. Desculpa a pessoalidade, eu queria recitar uma poesia, mas parte do que consigo arquivar se torna rancor com o tempo. Isso é só um desabafo pro primeiro que passa na rua. O desconhecido, despreparado que não posso decepcionar. Minha cabeça funciona como uma fábrica de ideias, e para que você consiga acompanhar meu raciocínio eu preciso te explicar uma coisa: tudo pra mim é uma construção, um prédio, uma mansão, uma cobertura, um palácio, um museu, um monumento. Um monumento é uma estrutura construída por motivos comemorativos, mais do que para uma utilização de ordem funcional. Lembrar dói. Já construí em idéias, os Arcos da Lapa / Auditório Ibirapuera / Catedral de Brasília / Cristo Redentor / Elevador Lacerda / Monumento a Independência da Bahia / Estação Cantareira / Memorial da América Latina / Monumento às Bandeiras / Monumento do Ipiranga / Monumento aos Pracinhas / Monumento a Ayrton Senna / Monumento a Ramos de Azevedo  / MAC (Museu de Arte Contemporânea) / Obelisco do Ibirapuera / Oca  / Paço Imperial / Palácio da Alvorada / Palácio dos Bandeirantes / Palácio do Catete / Palácio de Cristal / Palácio dos Correios /Palácio Guanabara / Palácio das Indústrias / Palácio do Itamaraty / Palácio do Planalto / Palácio Tiradentes / Panteão Duque de Caxias / Pátio do Colégio / Ponte Estaiada / Ponte dos Jesuítas / Ponte Hercílio Luz / Ponte JK / Ponte Rio-Niterói / Quinta da Boa Vista / Torre Mercês  / Viaduto Santa Ifigênia

Será que tudo já virou ruína?

Continua fazendo o que tem para fazer, e quando arrumar tempo, pensa no que eu te disse. Pode ser nos entreatos, nas transições, não demanda muito tempo. Se você tiver qualquer conselho, escreve e deixa aqui dentro dessa bolsa com uma paisagem desenhada, ela sempre fica por aqui, é importante. Quem sabe qualquer dia eu venha ler no impulso. Se isso acontecer e você não tiver escrito nada, com certeza vou sofrer um pouquinho. Talvez algumas lágrimas de rancor. Mas também existe o risco de eu não ler, porquê esse excesso de informação me mata.

Nu dúvida, quando você arrumar tempo e terminar o que tem pra fazer me responde, ok? Tchau.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Desconhecídos. ensaio 2 - 20/11/12

- um jeito despojado da Ana que vem se repetindo.
- a risada constrangida da Elisa (mãos puxando para baixo o short, e o corpo todo respondendo).
- a presença testemunha do Victor.
- uma atmosfera da cena criada com esses três elementos.