... por mais distraídos que fôssemos, ainda era preciso buscar distrações
fragmentos do trabalho de João Castilho
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Para o homem sobre Ana.
Opaa! Perdão,desculpas,me perdoa. Sério. Juro que vou sumir... Enquanto espero ficarei aqui tão quietinha que ninguém perceberá minha existência. Nem mesmo eu. Então pare com essa mania irritante de ficar contando os meus gestos. Não é pra você nem ninguém me perceber, tocar ou mesmo ficar nessa tentativa inútil de salvar minhas palavras que vão caindo nesse abismo inacessível. Por isso prefiro me esconder atrás dessas metáforas. Eu sei que a gente nem se conhece mas eu precisava te fazer uma proposta que eu comecei a elaborar nos últimos minutos: Ao invés de ficar explanando a minha semi-inexistência fracassada , porque não me faz metáfora e pronto?. Não somos nós criação da sua cabeça? Não é você que tem o controle de tudo isso? É só inventar. Você é o dono do controle. Me reinventa metáfora e estará tudo resolvido. Eu sei que não vai me atender. Então pare de me olhar assim. Olhe para ela, que dança, ri e não tem medo de nada. Eu tenho. De gente. Aliás, ela faz questão de existir, dela não dá pra fugir, pois , mesmo se a gente fecha os olhos assim ó, dá pra sentir o cheiro da maçã verde que exala de seu corpo e que espalha por todo o espaço. Ela é a maçã, o espaço e a barca, tudo isso ao mesmo tempo. Não se pode duvidar que se chama Ana. E Ana só pode ser. A sua abundância de existência transborda em si e isso a faz com que exista menos. Queria existir menos. Queria ser Ana. Todos querem. E é por isso que a sua forma de limpar incomoda tanto. Ana existe menos e mais. Veja bem, meu nome aponta algo que não existe em mim e não adianta inventar histórias. EU NÃO TENHO CABELOS VERMELHOS, OK? E nunca tive. Por isso vivo do presente. Ele costuma passar muito rápido e as pessoas o esquecem com facilidade. Então beijarei meu umbigo porque se não faço...ah, você sabe... não durmo e fica cada vez mais difícil porque você descreve até os meus sonhos e não dá mais para fechar os olhos e pensar em outra coisa que não seja maçã.
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Uow!
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