Uma cidadezinha debaixo d'água por conta de uma grande enchente.
Eu estou nessa cidade, visitando-a 50 anos depois. Passo por uma pequena rua e vejo a foto de um adolescente na varanda de uma casa azul. É uma foto desenhada. Vejo um senhor na sala, com girassol na janela aberta. Pergunto ao senhor se posso reproduzir a foto. Ele diz que sim.
Ao pegar a foto em mãos, o homem chora. É seu filho. Era. Morreu muito novo na enchente. Eu pergunto a ele se posso tirar uma foto dele com o filho nas mãos. Ele diz que sim.
Depois que eu bato a foto, ele vai para dentro da casa e volta trazendo consigo uma dezena de outras fotografias da família para que eu visse. A fotografia ancora o passado ao presente desse senhor.
- Um homem sem fotografias morre duas vezes, diz ele que sim.
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