fragmentos do trabalho de João Castilho

domingo, 30 de dezembro de 2012

ensaio 2. 20/11/12



- A entra e em e observa o espaço, assim que B entra, A começa e descrever o espaço.
- B entra e cria uma trajetória no espaço que repete seguidas vezes.
- C entra, observa a trajetória e estabelece um impedimento, esbarrão.
No momento de encontro B e C, diálogo. A pára de descrever e só observa. Diálogo superficial, circunstancial até que B e C se despedem. Fim. 

- substituir a despedida por um acerto de contas fora do tempo entre B e C, para finalizar o jogo. )

Imagens:
- esbarrão Victor e Fe
- relação da Ana com o objeto, descrição
- Elisa em cima da Fe. “Você não acha a gente muito pretencioso?”. Desequilibram, Elisa cai e Fe bate com a cabeça (sorri) “Talvez.”.
- Elisa andando de quatro.

A, B, Inês e Analu

A - Opa, desculpa
B - De nada.
A - Machucou?
B - Médio. Eu gosto.
A - Entendi. Que pena. Eu tinha uma certa expectativa.
B - Não vem com esse papo pra cima de mim. (risos)
A - Não, é sério. Eu te vi e pensei: "ela é diferente".
B - De mim.
A - De mim.
B - Você é engraçada.
A - Eu sou bem sem graça na verdade
B - Pra mim você é engraçada.
A - Pra mim.
B - Pra mim.
A - Você mora aqui perto?
ANALU - Tanto faz
A - Oi?
B - E você é?
ANALU - Eu sou só isso aqui mesmo.
B (para A) - Acho que ela é Inês.
A - Ah, eu ouvi alguma coisa do tipo.
B (para A) - Você é daqui, então?
ANALU - Defina daqui
A - Daqui é daqui. Daqui desse lugar. Daqui.
ANALU - Gerada, concebida, nascida, crescida e envelhecida nesse metro quadrado daqui? Parece desesperador.
B (para Analu) - Eu acho que já te odeio.
ANALU - Nossa
A - É, nossa!
B - Nossa o que?
A - Nossa o que o que? Só Nossa.
B -  Porque "nossa"? De onde vem isso? Nossa? (elisa?)
ANALU - Nossa, de alguma coisa que pertence a nós. É como culpar toda a humanidade pelo erro de um.
A - Acho que é só Nossa. de Nossa Senhora.
B - Que senhora, gente? Que senhora é essa?
ANALU - Inês! Será?
A - Ah, então você não é Inês?
ANALU - Eu? Não.
A e B - Pena
ANALU - É, que pena. Bom, desculpa...
A -  É, a gente tinha uma certa expectativa.
(acenam e saem, para lados opostos)

sábado, 29 de dezembro de 2012

as mãozinhas dançando no ar


Louca. Doidinha, coitada. Aquela coisa... Está sozinha mesmo quando tem alguém por perto. Alonga os braços para alcançar outra mão que não diz nada. Fica sozinha de novo. Bate palma. Dança como se esperasse. Anda como se não acabasse. Brinca querendo brigar. Um erro comum. Observa, senta e observa. Outros andam, se preocupam, descrevem. Ela senta e observa. Aponta e ri. De novo, sozinha.. A auto suficiência constrange os outros. Eles vão embora. Ela nada, dança, observa. Caetano canta. Ela gira. Não liga. as costas dançam. A cabeça cai... as costas pesam... Leve deita. Volta e dança e nada. Não percebe o obstáculo, acha que se move sozinha. Finge que não liga. Brinca com os dedos dos pés, briga. Só restam eles. O espaço esperando ser dançado e Caetano. Então, ela esbarra.

- Opa!
- Desculpa... É que nunca vem ninguém por aqui...
- Sério? Eu moro aqui.
- ....

Você Me Vira a Cabeça - Alcione (ao vivo)


Fumar, tomar um vinho, dançar, girar, cheirar a camisa que alguém esqueceu e escorregar na porta fechada...



como ser odiada usando pouco tempo

(Te agarra como se fosse a ultima coisa a fazer no mundo)

- Nossa a peça foi ótima!! Você estava linda!
(Tentando se soltar) - Ah....... Obrigada!
(Usando o dedo indicador) - E ó deixa esse cabelo crescer, heim? Mulher tem que ter cabelo grande!
- Ahh... sim... Claro...

Amigo Oculto às vezes é melhor continuar oculto

N - Bom, se ela fosse um objeto.... Ué, objeto! Pode ser objeto?
A - Pode!! Pode ser qualquer coisa!
N - Bom, se ela fosse um objeto... Ela seria um abajour daqueles de pé... Com a luz no alto!!
V - Porra, sacanagem!! Qualquer coisa assim também não, né? É alguém, deixa eu ver... Alguém que fica à margem!!
G - Não, não, eu sei!! É alguém que ilumina!!
B - ah, então, é V!! Ela é a única que já deu a luz alguma vez...
V- Porra, sério que eu sou um abajour, cara? Sacanagem! Não tem nada a ver...
(Presentes entregues, fim de noite...)

V - Não, mas sério... Porque um abajour?

Tá tudo escuro

- Para! Para! 
- O que foi? Eu te machuquei?
- ...
- Tá tudo bem?
- Não, não tá tudo bem. Desculpa.
- ...
- É difícil, entende? É uma invasão, eu... Desculpa... Mas às vezes meu coração endurece, é uma dor.. e essas luzes todas me fazem delirar...
- Eu podia fazer isso a noite toda
(Quis mandar o idiota ir se foder, mas ia sobrar pra ela)
- Eu não to legal, por favor não encosta... Vai ficar tudo bem.
(Quis passar a noite olhando o teto, olhando em direção ao teto sem ver o fim. Ouvindo as goteiras e ver luzes piscando. Essa angustia, essa dor, não são dela. Ou melhor, agora são.)
- Com ele você disse que não sentia isso, né? Com todos sim, mas com ele não.
(Quis matar, socar, trucidar.)
- É sempre diferente... Eu só não quero falar sobre isso. 
(Já está quase amanhecendo mas parece que o dia nunca chega. Ela dorme com o barulho do despertador. Acorda já sem nojo. Entende. Jura nunca mais. Entende que é impossível. Lembra de girar. Gira. Lembra que girou. Pronto. Passou.)


Senhor J

Pra não contrariar, Senhor J nasceu só de mãe. Rolou uma coisa de muitas pessoas virem de longe pra ver seu nascimento. O céu estrelado e tudo muito humilde. Bom, depois cresceu. Apesar de muitos só terem notícias dele depois dos 30, há quem diga que viveu todo esse tempo na Índia estudando com grandes Mestres. Pra algumas pessoas isso não faz a menor diferença. O que importa é que deu óculos aos cegos, cadeiras de rodas aos deficientes e Curou os Inválidos. Parece que se ofereceu no lugar de milhões de pessoas para morrer por elas. Mas depois ressuscitou!! É! Isso mesmo, meu bem, ele ressuscitou! E depois? Não se tem mais notícias. Procura-se Senhor J. Moreno, alto, cabelos negros e longos, barbas por fazer, costuma usar uma túnica branca enorme e andar descalço. Há quem diga que ele nunca existiu. Há quem não dê a mínima. Há quem diga que sabe onde ele está. Há quem grite muito tentando chamá-lo. E há quem faça guerra em nome do seu Amor. Senhor J, que confusão, heim?!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Sequelas do cinza

Porta, chave,elevador, prédio, porteiro.Bom dia seu André.Confere: carteira,celular,chaves,livro. Rua, mundo verde, banca, metrô, telefonema. Desiste. Volta. Barraquinhas, mundo verde, rua, sinal.Vermelho. Espera. Verde, anda. Restaurante,posto, papelaria, não tem papel higiênico em casa. Supermercado.Erra. Era papel tolha volta. Agora sim. Passa pela fileira de chocolates e mesmo marcando 38 graus no relógio em frente não resiste. Pega um. Fila. Próximo.Próximo. Chega a vez. Deu 10,49 senhora. Não escuta. Tira o fone do ouvido. Ah,sim 10,49. Mochila. Confere: chave,celular e .....queria ter escrito carteira agora. Procura nos outros compartimentos da mochila, nada. Corre. Papelaria, posto, restaurante,nada. Sinal . Não espera e atravessa. Mundo verde, Barraquinhas,metrô,banca, nada. Confere a mochila de novo. E de novo. Desespero. IdentidadeTrintaReaisCartãoDoBancoCaralhoFudeu. Choro. Engole. Rua,porta,portaria,André, elevador, chave,casa, sofá. Olha para o nada. Não tem solução.Burra,burra,burra,burra! Vazio.Chora.Controle. Liga. Pernalonga. Esquece as vezes,  entre as cenas sem ação lembra.A cada lembrança se torna menos grave. Agora é mais importante saber se dessa vez o Pato Lino irá conseguir se vingar de seu companheiro. Pato Lino, carteiracarteiracarteira, Pernalonga ,carteira,comercial, car...ih, esse ator não é aquele que fez..como se chama mesmo? Descobre como esquecem de políticos corruptos tão rápido. Ri de si mesmo. Para rápido. Não pode se permitir rir numa situação dessas. Força um choro. Tenta lembrar da carteira para se emocionar. Nada. 


Procura-se carteira branca relativamente velha com pequenos e patéticos ursinhos desenhados. Dentro dela continha identidade,cartão do banco, aproximadamente 30 reais e o mais importante: Guardava um choro que precisava  com urgência sair da garganta.

Coração,garganta,paladar, olhos e nada.

This Is It.

X começou a cantar e dançar aos cinco.
Aos onze já era profissional junto com seus irmãos.
Em 1971 quis ser sozinho.
Vendeu muito. Ficou Rico. Teve Vitiligo. Era preto e embranqueceu. Andou pra trás.
Por vaidade preferiu ficar todo branco.
"Ele tem testículos marcados por manchas rosas e marrons, como uma vaca" disse D que aos 13 diz ter sido abusado por X.
X ainda é citado como o maior ícone negro de todos os tempos.
Com quase cinquenta resolve por seu filho na janela.
Morre aos cinquenta  sem saber ao certo se foi rico,ícone,branco, preto ou vaca, por intoxicação aguda de anestésico propofol após uma parada cardíaca.


quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

exercício de transcrever um diálogo do dia

27 de dezembro, às 16h30

- se um corpo for encontrado.... assim... não... se eu tiver na agua de cabeça para baixo... eee.... ah, não sei explicar não, deixa pra lá. Acho melhor não.

- se quiser continuar tentando tudo bem

- to pensando mas não consigo. só consigo ver. não consigo explicar. se um cara tiver assim ó. na agua. ele tá na agua em pé numa piscina e alguem chega por trás dele e quebra o pescoco dele. que nem no filme. ele vai morrer, mas ele vai boiar ou não?

- nao sei. acho que à principio, ele afunda, e vão saindo todos os líquidos do corpo dele pelos orifícios. depois quando começa a entrar o ar, ele boia.  

- mas ele vai estar afundado. Não vai entrar ar, vai entrar água

- e água é o que? é feito do que?

- aguá é agua

- são duas bolinhas de ar juntas que dão agua

- que isso. você tá confundindo oxigênio com ar!

- bom, você quer minha explicação ou não?

- não, eu achava que você sabia mais do que eu.

Encontros

Victor: Uau. Totalmente Circunstancial!
Fernandinha: Oi?
Victor: haha ai ai. Desculpa. Eu costumo nomear meus encontros com mulheres.
Fernandinha: Isso não é um encontro
Victor: Claro que é. Estávamos os dois passando no mesmo lugar na mesma hora. Probabilidade é matemática.
Fernandinha: Achei que encontro fosse química.
Victor: Erro comum.
Fernandinha: Por que Circunstancial?
Victor: Bom, não é programado, nem almejado, sequer manipulado, evidente, preliminar, autoritário...
Fernandinha: Eu achei um pouco autoritário.
Victor: …
Fernandinha: Tudo bem. Eu gosto. Quer tomar um café, ó grande mestre dos encontros?
Victor: O que? e mudar o rumo das coisas? Não, a gente tem que se despedir aqui.
Fernandinha: E se eu não quiser?
Victor: Não depende de você. Qual o seu nome?
Fernandinha: Circustância
Victor: Prazer
(Faz como quem vai beijá-la. Ela enfia os dedos dentro da sua boca e sai.)



Victor: Almejado
Analu: Ihhh, ó, dá licença que eu tenho que limpar toda essa parte aí e se eu parar pra ficar de conversinha não consigo terminar e amanhã vai ser duas vezes pior e nada tão ruim como dormir sabendo que amanhã vai ser pior do que hoje.
Victor: Convincente
Analu: Sai



Elisa: To aqui pensando. De repente você é a pessoa que tem alguma coisa bonita pra me dizer.
Victor: Você deve estar me confundindo.
Elisa: Não. Pode ser qualquer um. Não dá para acreditar 100% em horóscopos, né?
Victor: É, 100% não.
Elisa: Então?
Victor: Que? você que me parou.
Elisa: Mas você que tem alguma coisa para dizer.
Victor: E se eu eu não tiver?
Elisa: E se eu disser que sou ninfomaníaca?
Victor. Não me importo. De verdade
Elisa: E se eu disse que sou poeta?
Victor: Aí teremos um problema. Não gosto de poesia. Muito menos de metáfora.
Elisa: Eu sei. Você passou e eu pensei: "Aquele homem não gosta de metáforas, se mesmo assim ele conseguir me dizer alguma coisa bonita, eu não preciso mais me matar"
Victor: E se eu não conseguir
Elisa: Tudo bem, não precisa se cobrar tanto. É só um encontro não, é?
Victor: Não sei dizer.
Elisa: Tchau
Victor: … tchau

sábado, 22 de dezembro de 2012

(X se joga em cima de Y)
Y: Opa!
X: Meu deu uma vontade de me jogar assim!
Y: Ah! Imagino! Deve estar sendo ótimo! É... (risos)
X: É ótimo! Você tá gostando?
Y: Adorando! Uma pena que eu tenha que terminar minha trajetória. (saindo) Desculpa tá?! 
X: Ah que pena!

Memória produzida

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Fotografia de família

Uma cidadezinha debaixo d'água por conta de uma grande enchente.
Eu estou nessa cidade, visitando-a 50 anos depois. Passo por uma pequena rua e vejo a foto de um adolescente na varanda de uma casa azul. É uma foto desenhada. Vejo um senhor na sala, com girassol na janela aberta. Pergunto ao senhor se posso reproduzir a foto. Ele diz que sim.
Ao pegar a foto em mãos, o homem chora. É seu filho. Era. Morreu muito novo na enchente. Eu pergunto a ele se posso tirar uma foto dele com o filho nas mãos. Ele diz que sim.
Depois que eu bato a foto, ele vai para dentro da casa e volta trazendo consigo uma dezena de outras fotografias da família para que eu visse. A fotografia ancora o passado ao presente desse senhor.
- Um homem sem fotografias morre duas vezes, diz ele que sim.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Instruções para subir uma escada, de Julio Cortázar


Ninguém deve ter deixado de reparar que frequentemente  o chão se dobra de uma maneira que uma parte sobe em ângulo reto com o plano do chão, e, em seguida, a próxima parte está colocada de maneira paralela a esse plano, dando vez a uma nova perpendicular, procedimento que se repete em espirais ou em linhas desiguais até alturas extremamente variáveis. Agachando-se e colocando-se a mão esquerda em uma das partes verticais e a mão direita na parte horizontal correspondente, logra-se a posse momentânea de um degrau ou escalão. Cada um desses degraus, formados, como pode-se ver, por dois elementos, está situado um pouco mais acima e mais adiante que o anterior, princípio que dá sentido à escada, já que qualquer outra combinação produziria formas talvez mais belas ou pitorescas, mas incapazes de transportar de um térreo a um primeiro andar.
As escadas se sobem de frente, pois de costas ou de lado são particularmente incômodas. A atitude natural é manter-se em pé, os braços dependurados sem esforços, a cabeça erguida, mas não o suficiente para que os olhos deixem de ver os degraus imediatamente superiores ao que se pisa, e respirando-se lenta e regularmente. Para subir uma escada deve-se começar por levantar essa parte do corpo situada à direita e abaixo, quase sempre envolta por couro ou camurça, e que, salvo exceções, cabe exatamente no escalão. Colocada no degrau dita parte, que, para abreviar, chamaremos de pé, recolhe-se a parte equivalente da esquerda (também chamada pé, mas que não se deve confundir com o pé anteriormente mencionado) e, levando-a à altura do pé, faz-se que continue até colocá-la no segundo degrau, com o que, neste, apoiará o pé, e no primeiro apoiará o pé. (Os primeiros degraus são os mais difíceis, até adquirir-se a coordenação necessária. A coincidência de nomes entre o pé e o pé torna difícil a explicação. É especialmente importante cuidar em não levantar ao mesmo tempo o pé e o pé.)
Chegando-se dessa forma ao segundo degrau, basta repetir alternadamente os movimentos até encontrar-se com o final da escada. Pode-se sair dela facilmente com um golpe ligeiro do calcanhar que o fixa em seu lugar, de onde não se moverá até o momento de descer.
texto original, aqui: http://www.literatura.org/Cortazar/Instrucciones.html


o despovoador

Gente, leitura sugerida para pensarmos descrição.


"Chão e parede são de borracha dura ou similar. Golpeados violentamente com chutes ou murros ou cabeçadas eles quase não soam. Imaginem então o silêncio dos passos. Os únicos ruídos dignos desse nome provêm do manejo das escadas e do choque dos corpos entre si ou de um só consigo mesmo como quando de repente com toda a força ele bate no próprio peito. Assim subsistem carne e ossos. Escadas. São os únicos objetos"




O Despovoador - Samuel Beckett

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

40 delas

São 40 delas, soltas pela cidade! Duas delas aos pés da escada, da escadaria, fazem um ensaio fotográfico, e pedem água ao vizinho de cima, que aparece na janela. Quando a água chega... Surpresa e bom humor! ''Tem boa noite cinderela aqui não né?''
São 40 delas, soltas pela cidade. Duas delas se esbarram no metrô. Quem esbarra não pede desculpa e a esbarrada, sem perdão, joga a outra na frente do trem que vem chegando. Essa situação provocou uma ação em Paris. Fechem as estações com vidros, de modo que somente as portas se abram, quando o trem chegar.
São 40 delas, soltas pela cidade. Duas delas se amam durante meia hora. Duas delas se encaixotam no  centro do bairro. Duas delas envolvidas na produção de pães de queijo. Duas delas na venda de mate supervalorizado. Duas, delas, nota-se o pronome ''minha''. Quantas sobram?
Inês, me lembra, sem falta, são duas da manhã, eu preciso te falar uma coisa que eu estive pensando há pouco. Quando você terminar o que tem pra fazer, me responde, ok? Ah... não sobe hoje não!!!

Contágio

Primeira Tentativa
1 2 3 4 5 6 7 todos 7 todos todos todos 7 8 todos 8 88 8 atenção hahahah ninguém. tá vendo. vocês… mas…. nós existimos enquanto 9 10. 9 10 todos aqui presente e quietos silenciosos. ninguem ve, mas sentem… a energia…. todos embaixo… nenhum em cima! ah! um em cima….
um está em cima de todos, o que quer dizer alguma coisa que agora nao tem importancia. logo vai chegar um ser estranho entres nós. continuamos silenciosos enquanto o ser estranho salta empurra pendura salta voa mesmo. assim. continuando. esse ser em cima. continuando. paramos todos os 8 9 10 e observamos. 8. silêncio. 8 9 10 silenciosos.



Segunda Tentativa
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11… 23 24 25 26 … vale o que vc tá imaginando ou só o que vc tá vendo?


Terceira Tentativa
1… é pq eu tenho que contar, né… porque todo mundo que chegou aqui, contou… eu vou contar as tomadas, depois os tacos do chão. aí eu vou contar os livros. depois os canos… mas eu não vou contar os que eu imagino. depois eu conto os dedos. e as sacolas plásticas. e também as litras do chão, os chinelos, a cortina, os pontinhos da cortina. os tracinhos sutis da cortina.. aí eu vou sair contando. o taco. depois … não primeiro as tomadas. depois os tacos. depois vou contartar. esqueci as percianas. do início. primeiro as tomadas. depois os tacos. depois as percianas. depois o que não vale imaginar. depois quantas pessoas estão rolando na sala. depois a blusa preta a calça cinza. a dor. vou contar a dor. depois os dias. quantas vezes minha sinusite me incomoda. depois as noites. depois um caso que aconteceu comigo. dentro dessa sala. tinham 3 pássaros no céu. vou contar o abajur. contar números. e as persianas. não. é. mas eu não vou contar o que eu imagino, não… porque tem que ser concreto. daqui a pouco eu não posso contar com isso.

eu chego atrasada. o alongamento está no auge da coreografia. o ritmo é externo. o movimento é coletivo. eles giram.

A tenta girar como se tivesse o quadril de água. é na falha que acerta. B ganha intimidade com o chão. C descobre um braço que leva o corpo. B gira pelo ombro com os braços moles. D se descabela num balé desesperado. a tontura morde a orelha de pelo menos dois. preciso ligar para a minha avó. preciso comer alguma coisa. enjoada. de novo. A tenta abrir os ventos com o bico da mão. é infeliz cada vez que descobre sua matéria. C agora é extensão da perna. D não para de pensar em A B e C. 5 minutos. então. não mais. A percebeu que não dá pra ser feliz que nem as folhas porque a felicidade não existe. não. as folhas não existem. não. mundinho escroto de merda.
na metade na piscina, os 4 nadadores percebem que as raias limitam a sua existência. cansados de buscar o nada passam a olhar em volta como se buscassem no outro a si mesmo. C observa. todos se sentem sozinhos. PIIIII. 5 minutos. é difícil escrever comendo. uma tosse acaba com a atmosfera. quando um quebrar a raia, a raia deixa de existir. é assim que funciona. C gesticula compulsivamente, sem que o resto do corpo obedeça.
- que susto
- desculpa. às vezes eu tenho espasmos
- tudo bem. tava tudo calmo antes de você chegar
- desculpa
- era chato
- eu podia me apaixonar por você
- isso é um espasmo?
- o que? acho que é.
- eu gosto
- você é esquisito
- será que você podia ficar mais um pouco?
- ah, não. se eu ficar, eu morro?
- sério?
- não. mas eu durmo por dez anos
- e você continua tendo espasmos?
- é só o que fica
- tudo bem para mim, então

Inês e os 40

- Inês, desce daí.
- Só um instantinho.
- Jeff tá com uma risada estranha. Fiquei procupado.
- Peraí, peraí.
- Acho que tem a ver com você.
- To me concentrando aqui... um minuto.
- Acho que ele sente a sua falta. Não sei. acho
- Calma
- Eu fui lá, a mãe dele tava preocupada e eu comecei a desconfiar. Vc viu o Jeff? Viu como ele tá? Eu disse que podia ser falta sua. Eu falei... você acha que eu fiz mal?
- Ok. A gente nem se conhece. Quem é Jeff?
- Desculpa. Eu te confundi.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Como nascem os bebês?

útero de uma galinha



Um istmo (do grego ισθμός) é uma porção de terra estreita cercada por água em dois lados e que conecta duas grandes extensões de terra.

 O istmo mais famoso é sem dúvida o istmo através do qual passa o Canal do Panamá e que conecta a América do Norte à América do Sul.






Curiosidades e istmos famosos 

- O primeiro istmo a ser chamado assim foi o Istmo de Corinto, na Grécia.
- O atual istmo de Stradun (antigo istmo de Dubrovnik), ou seja, rua principal, conecta as duas partes da cidade croata.
- O istmo entre a África e a Ásia, no Egito, onde o Canal de Suez foi construído.
- O istmo de Kra liga a península malaia à Ásia.
- O istmo de Avalon, no Canadá, separa a ilha principal de Terra Nova da península de Avalon, onde se situa a capital St. John's.
- O istmo de Tehuantepec no México, é a parte mais estreita deste país.
- Os istmos são lugares estratégicos para a construção de canais. O Canal do Panamá, que conecta o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico, reduz drasticamente o trajeto marítimo entre a costa leste e a costa oeste da América do Norte. O Canal de Suez, mencionado anteriormente, é um outro exemplo, pois permite ligar a Europa e a Ásia sem contornar a África.
- Os istmos são o inverso dos estreitos. Assim, enquanto os istmos ligam duas extensões de terra entre duas extensões de água, os estreitos unem duas extensões de água entre duas extensões de terra.

esbarrão1

Ele - Opa! Uma mulher acabou de morrer assim.
Ela - Como?
Ele - Assim. Esbarrou, não pediu desculpas, caiu aqui no metrô.
Ela - Ela se jogou?
Ele - Não. Esbarrou. Não pediu desculpas eu te joguei no metrô.

não tem ponteiro por que gira

Ô, cabeludo!!!! É Ele que gira, não nós!













Percebeu? Quantas voltas contaram depois do ultimo minuto?