fragmentos do trabalho de João Castilho

domingo, 4 de novembro de 2012

Um palpite de ruína a qualquer hora

A barca é da antiga e atrasou um minuto para desligar-se de Niterói. Ela gira para seguir destino, deixando o rastro no caminho, que risca o mar preto com a espuma branca e o céu branco com a fumaça preta. Tudo nela conduz ao passado; das cadeiras azuis ''reformadas'' com os braços de madeira, que, descascando, denunciam a ruína, até as janelas guilhotinas, tão generosas com a brisa que invade. Olho pro lado esquerdo e... ruína (no campus da UFF no Gragoatá). Coletes laranjas no alto. É proibido fumar.
Seu design 3542 vem de Nova Orleans, USA, em 1950. Uma cidade que já virou ruína tem uma construção  viva, nadando na baia de cá.
Por maiores que sejam os indícios de ruína revelados, ela me acolhe muito mais que sua irmã mais nova.
Sou levado a crer que há construções nada construtivas e ruínas pouco arruinadas.
Descabelado estou.

Um comentário:

  1. as pequenas coisas do dia-a-dia e um olhar muito particular que já começa a se direcionar para o caos.

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